quarta-feira, 7 de março de 2012

geração coca-cola

não sei como as pessoas podem ser tão conformadas. sabe, acordar, pegar o ônibus, ir pra faculdade/trabalho, tomar banho, dormir, pensar no final de semana, sair com os amigos. porra, o mundo tá explodindo do lado de fora, estamos sendo explorados cotidianamente, a vida é o absurdo!
como os intelectuais não se movem? acham que é legar ler proust ou sartre e não fazer nada? como as pessoas podem escovar os dentes para sorrir em limpo se esses sorrisos são amarelos e podres de não moverem sequer os lábios para dizer: basta.
cansei dessa hipocrisia geral. essa juventude babaca que prefere contar quantas pessoas pegou no final de semana a contar o dinheiro que está sendo tomado pela inflação. e ainda tem aqueles que dizem que não existe alienação, que ninguém é alienado, que todo mundo pensa muito bem obrigada. ai, como o pós-modernismo me enoja.
porque, é claro, eu deveria estar estudando as inutilidades da língua e da crítica literária, ao invés de estar lutando por um mundo melhor. eu deveria estar, comé que dizem, "vivendo" mais, ao invés de estar me esforçando tanto por algo que, afinal, não vai mudar. por que as pessoas são tão burras, meu deus? digo burras pra esses universitários que não conseguem ver que nós construímos tudo, que preferem acreditar na mística de que tudo sempre foi assim ao invés de entender que somos também SUJEITOS dessa merda toda. por que não cansam de ser objetos? por que não levantam os olhos? por que não quebram com essa felicidade morna, com esse tédio cheio de vômito que nos fazem engolir todos os dias?
eu sei essas respostas, só tô com raiva.  indignada. um pouco de saco cheio, sabe? querendo sacudir as pessoas.
é tão pouco... se eu aceitasse as coisas como estão, acho que já teria me jogado da ponte rio niterói. e não haveria AMOR mais amor que amor que me salvasse da morte eminente.

no regrets or cigarettes

hoje pensei o dia inteiro em você, como se já não fosse o suficiente ter pensado a semana inteira. o que faz de você tão especial assim? você nem gosta de escrever, não sabe pintar, não canta bem (não mesmo, me mate). nem gosta de literatura!
aposto que tá nem aí pro que eu escrevo. poxa, eu queria dizer um chega! bem grande, daqueles com direito a pontos finais. sabe por que estou fazendo esse blog? pra jogar minhas mágoas fora (porque eu tô precisando, honey). talvez se eu descobrisse o que faz eu gostar tanto assim de você eu consiga desinventar isso.
acho que tudo começa com seu olhar. não, acho que com o cheiro. com uma combinação dos dois. quando você olha nos meus olhos parece que estou dentro de um deserto. não que seja triste, pelo contrário, é maravilhoso. muito solitário, cheio de estrelas no céu e areia nos pés (só perde pro mar, você sabe). mas aí... você tem cheiro de maresia, meu deus (por quê?).
eu que nem gostava do seu nome, agora acho a coisa mais bonita do mundo, como se as letras combinassem perfeitamente com o som e com a essência. como estou piegas! é o amor que faz isso com a gente? que mentira, sou eu que faço isso comigo mesma.

vou te contar o que eu queria, em duas partes. é que são duas possibilidades, eu ficaria satisfeita com qualquer uma das duas:

I) que você me amasse. que me desse um abraço que arranhasse alma inteira. acorda, amor, que o dia lá fora vem chamando nossas mãos para um passeio na praia. vamos tomar uma cerveja, fumar um cigarro e conversar sobre a música do saxofonista da pracinha. vem, me dá um beijo, deixa eu encostar nos teus cabelos pendurados de cheiros gostosos.     
posso fazer um desenho seu? não, eu não vou embora, só quero ultrapassar a vida, esse amor de horas e dias, e transformar você um pouquinho em arte. sabe, essa coisa de reiventar as coisas. quero que você seja sempre possível.   

II) adeus. esse é somente o fim. os sentimentos escorregados para o fundo do mar, como conchas que se perdem um dia. nenhum cigarro e nenhum arrependimento. tudo bem, talvez só um pouquinho dos dois, mas nada que mate. 
a gente se vê? sei lá, de repente. beijos.

não posso ter nenhum dos dois.